terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Administrando a Fauna Urbana

Administrando a Fauna Urbana

Inventário de arborização da PBH promete planejamento
Por Marina Vieira, Stephanie Zanandrais, 6º período
Stephanie Zanandrais
Foto: Stephanie Zanandrais
É só começar a chover que também chovem reclamações sobre árvores prestes a cair por toda a cidade. Podres, antigas, mal cuidadas. Em processo final de vida, plantada em lugar inapropriado, interferindo na fachada do prédio ou estourando o passeio. Sem contar que várias possuem troncos que atingem alturas elevadas e copas com frutos pesados, o que aumenta o risco de tragédias e prejuízos com uma eventual queda.  Ano passado, no mês de dezembro, somente um temporal foi capaz de derrubar 42 árvores na capital mineira devido à força dos ventos.Na região Centro-Sul, até maio deste ano, foram recolhidos 183 restos de galhos e árvores, e foram plantadas 287 mudas. Com isso, o que fazer para que a cidade arborizada, conhecida pelos grandes corredores verdes, vistos do céu, seja beneficiada em cada plantio e poda de árvores? E como viabilizar sem espantar os animais que completam a paisagem da vida ecológica num centro urbano? A arquiteta Marieta Cardoso, que trabalha com paisagismo urbano, parte estética da arborização, destaca: “devem ser observados fatores como porte, espécie, estrutura fisiológica. Mas existe também a necessidade de um monitoramento e de ações preventivas, já que a população pode ignorar que existe uma espécie para cada espaço”. Segundo o biólogo da Fundação Zoobotânica, Gladstone Corrêa, há um ponto positivo em preservar o verde em BH, pois a ‘’fauna urbana’’ tem sido colonizada por várias espécies de animais e umas das condições para que isso aconteça são os corredores ecológicos que existem entre as áreas verdes da cidade: “em plena Getúlio Vargas ou na Avenida Amazonas você vai encontrar aves que habitam em florestas como a Alma de gato, além de famílias de esquilos e micos que habitam as cidades graças a essa arborização.

 Recentemente, a Prefeitura de BH assinou um convênio com a Cemig, de R$ 3 milhões, para a construção de um inventário de arborização. O projeto será um banco de dados no qual a Prefeitura terá o conhecimento das mais de 235 mil árvores existentes na cidade e catalogará cada uma, além das mudas a serem plantadas, estudando cerca de 40 quesitos, desde a copa até a raiz. Segundo a Prefeitura, o espaço em torno da árvore também será estudado para que haja planejamento da calçada, da via e da rede elétrica.

Para Gladstone Corrêa, o projeto é minucioso e, por isso, requer tempo e investimento, uma vez que as mudas a serem plantadas, a partir de então, serão jovens com alturas entre dois e três metros, “as sementes estão sendo cultivadas e as mudas que serão utilizadas na substituição também”.  Para Marieta Cardoso, a maior dificuldade de replanejar a arborização da cidade é o que fazer com as árvores inadequadas. “Acho que durante esse processo muitas árvores irregulares podem ser encontradas. Isso é um problema, já que dependendo do porte e espécie é complicado replanta-la em outro lugar”, diz. A arquiteta observa que as árvores também podem ter função de identificar as vias públicas, “o ideal seria um tipo de árvore para cada espaço urbano, palmeiras nas avenidas, outro tipo de planta nas calçadas, levanto em conta, claro, os aspectos ambientais”.

 Para auxiliar o projeto da prefeitura foi criado um banco de sementes no qual espécies raras e mais adequadas à paisagem urbana estão sendo estocadas para atender a grande demanda de mudas que vão para as ruas e praças da cidade.

A Secretaria do Meio Ambiente informou que o projeto está em fase de planejamento, estruturação do termo de referência e contratação da empresa que fará o software (banco de dados). Mas, a previsão é que dentro de 18 meses, mesmo que não esteja finalizado, o inventário já possa ser usado pelos técnicos, de cada regional, que serão responsáveis por atualizar o software a cada mudança ocorrida na árvore catalogada. 
 INFOGRÁFICO 1                                                              Funções da Arborização 
- Melhorar a qualidade do ar através da Fotossíntese. 
- Absorver ruídos (barreiras acústicas).
 - Amenizar a temperatura (proteção térmica).
 - Funcionar como anti-poluente através das folhas. 
- Exercer função paisagística. 
- Fornecer abrigo e alimentação aos animais capazes de se adaptarem ao meio urbano.
 - Agir sobre o bem-estar físico e psíquico do homem.  
 INFOGRÁFICO 2 
De acordo com o CONSELHO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE (COMAM) alguns aspectos devem ser observados no plantio de árvores: 
- As espécies com raízes superficiais devem ser plantadas em locais amplos, tais como, parques, praças e canteiros centrais com pelo menos 2,00m de largura. 
- Deve-se evitar o plantio de espécies com espinhos ou acúleos, ou com tronco de pouca resistência e volumosos.
 - O formato e a dimensão da copa devem estar de acordo com o local do plantio. A dimensão deve ser compatível com o espaço físico, permitido o livre trânsito de veículos e pedestres, evitando também danos às fachadas, e conflitos com a sinalização, iluminação e placas indicativas.
 - Deve-se dar preferência às espécies de folhagem permanente. Quando selecionadas asespécies caducifólias, é importante verificar o tamanho e a textura das folhas para evitar o entupimento de calhas e bueiros. É necessário, também, evitar espécies de folhagens que criam sombreamento excessivo, em locais de pouca incidência de luz solar. 
- Deve-se evitar a utilização de espécies que produzam frutos grandes e carnosos em arborização de vias públicas, evitando assim, acidentes com pedestres e veículos. - É necessária a utilização de espécies resistentes ao ataque de pragas e doenças, tendo em vista, que não é adequado o uso de fungicidas e inseticidas em meio urbano, pois podem comprometer a saúde da população. 


Fonte: http://jornalimpressao.com.br

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